O ano de 2011 já acabou, entretanto ainda faltava a última etapa do Campeonato Mundial da categoria junior, um verdadeiro desfile de novos talentos do surf. Depois das etapas de Bali e do Rio de Janeiro, a decisão ficou para o Billabong World Junior Championship disputado na praia de Burleigh Heads, na Gold Coast australianas.
As revelações mundiais chegaram com sede de vitória, mas a cada round os concorrentes ao título foram se afunilando, e já nas quartas de finais apenas 5 atletas poderiam levar o caneco para a casa. A disputa estava clara, era Brasil contra Austrália. O brazuca Caio Ibelli liderava o ranking mas já havia sido eliminado da competição, e o australiano Garrett Parkes, até então empatado com Caio, precisava se qualificar para as semis e já garantir o título. Além deles, o aussie Jack Freestone e os também brasileiros Filipe Toledo e Yan Gouveia teriam a chance de título somente com a primeira colocação da etapa.
As coisas começaram boas para o Brasil, pois Jack Freestone, o atual campeão da categoria, foi eliminado. Infelizmente, logo após, Yan Gouveia também deu adeus a competição e passou a torcer fielmente por seu compatriota Filipe Toledo. A bateria seguinte era decisiva, se Filipe vencesse mantinha a esperança de título, e se Garrett ganhasse levaria o título mundial e deixaria de quebra todos os brazucas para trás. A disputa foi eletrizante e Garrett estava na frente até o minuto final, quando Filipinho dropou em uma onda e realizou excelentes manobras até o inside, onde dava para ouvir os gritos de felicidade do atleta após saber que com aquela onda havia virado a bateria.
Nas semifinais Filipinho acabou derrotado e a final foi disputada pelo australiano Wade Carmichael e o havaiano Nathan Carvalho, que na verdade nada tinham a ver com aquela briga e viraram coadjuvantes na etapa. Entretando, Filipe já havia ajudado muito a equipe brasileira, eliminou Garrett Parkes, o deixou empatado com Caio Ibelli e deu uma nova chance de título para o Brasil.
Diante de um acontecimento inédito nesta categoria, o empate entre Caio e Garrett, a decisão foi realizar uma bateria off, ou seja, uma disputa direta entre os dois, quem ganhar leva o título mundial. Caio começou nervoso e tentou vários aréos sem sucesso, enquanto Garrett vinha consolidando seus pontos na casa dos 6,50. Em meados da bateria um high score colocou Ibelli na briga, assim dando-lhe tranquilidade para surfar mais uma boa onda e alcançar a frente. A poucos segundos segundos do fim o título quase escapou pelos dedos do brazuca, que com posse da prioridade deixou Garrett surfar uma boa onda, mas que para a felicidade da torcida verde e amarela a pontuação não foi suficiente para a virada. O título mundial agora é do Brasil pelo surf agressivo de Caio Ibelli.
Na categoria feminina o título da etapa ficou a havaiana Alessa Quizon, mas com um terceiro lugar a campatriota Leila Hurst assumiu a liderança do ranking e levou o título mundial.
