segunda-feira, 23 de abril de 2012

Dobradinha brasileira no Panamá...


 
O mundo todo já conhece a nova geração de atletas brasileiros que estão dando muito trabalho no circuito mundial de surf, e parece que este verdadeiro celeiro de surfistas não tem fim. A Playa Venao, no Panamá, recebeu nesta última semana o ISA World Junior Surfing Championship, competição considerada as olimpíadas do surf e que teve a seleção brasileira muito bem representada nas três categorias, feminina sub-18 e masculina sub-18 e sub-16.

Na categoria sub-18 feminina até que as surfitas Bárbara Segatto e Carol Fernandes tiveram boas atuações, mas o predomínio do Hawaii foi incontestável. Na bateria final, composta por 4 atletas, formato desde o início da competição, haviam três representantes do Hawaii contra apenas uma australiana, que por sinal era Ellie-Jean Coffey, atleta que por algumas oportunidades já teve a chance de disputar etapas do circuito mundial. O time havaiano formado por Dax Mcgill, Tatiana Weston-Webb e Mahina Maeda chegou em alguns momentos da bateria a assumir as três primeiras colocações, mas no fim ficou da seguinte forma: Max Mcgill é a campeã, com Ellie-Jean Coffey em segundo e Tatiana Weston-Webb em terceiro.

No masculino sub-16, Vitor Bernardo quase se credenciou para a decisão, mas no caminho estava Josh Moniz, mais um integrante da uma das famílias mais respeitadas do Hawaii, que inclusive nestes jogos contavam com três. Mais uma vez o Hawaii estava na final, além de Josh tinha ainda Kalani David, que simplesmente destruiu as ondas e levou mais um caneco para o arquipélago. Nas segunda colocação ficou o japonês Takumi Nakamura e na terceira o costa-riquenho Noe Mar Mcgonagle, uma verdadeira festa para o país latino sem muita tradição no esporte.

O bom do show estava reservado para o final, as decisões do masculino sub-18. O time formado por Michael Rodrigues, Yan Daberkow, Deivid Silva e Matheus Navarro definitivamente incendiou a Playa Venao. Michael e Yan tiveram boas atuações e chegaram muito perto dos round finais do evento, mas ao serem eliminados doaram toda sua força para os outros dois remanescentes. Matheus Navarro caiu nos primeiros rounds para a repescagem, e partir daí não viu mais ninguém a sua frente e chegou com toda a moral para a final depois de 10 baterias classificatórias. Já Deivid Silva foi limpando seus adversários sem cair uma vez para as baterias de repescagem, anotando inclusive o maior somatório do evento.

Na final, além dos dois brasileiros, estavam o australiano Joshua Hay e o português Vasco Ribeiro, principal esperança do futuro surf lusitano. Mas quem disse que alguém os viu surfando? Não tinha como nem olhar para eles, eram de fato dois coadjuvantes no meio de dois brazucas afiados e sedentos pelo título. Matheus Navarro abriu com uma ótima onda, Deivid não deixou por menos e fez uma nota mediana, seguida de um high score 9,33 numa onda sensacional. A estas alturas os outros atletas brasileiros já gritavam e pulavam de alegria no meio daquele silêncio das outras delegações, que naquele momento podiam apenas admirar os surfistas canarinhos. Mais uma ondulaçao apontou no horizonte e Matheus a esperou pacientemente, era a onda do título, a onda do domínio brasileiro. Matheus dropou e imprimiu manobras agressivas para fechar com um aéreo no inside, conseguindo outra ótima nota e a liderança da bateria. Dobradinha brasileira no Panamá e sentimento de dever cumprido para os atletas, que sairam de mãos dadas do mar ao encontro da delegação que já se banhavam de alegria na Playa Venao.

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